segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Dois Tipos de Justificação – Parte 2

Dois Tipos de Justificação – 2 – Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado? Tiago 2:21
A relação entre fé e obediência está no âmago do tema da justificação. Ontem vimos Uriah Smith argumentando, no início de 1888, que a obediência era a chave para a salvação. Sua principal ilustração vinha da história do jovem rico. O que Smith não conseguiu perceber é que, mesmo guardando os mandamentos, o jovem rico ainda assim se afastou de Cristo.
Smith e seus colegas acreditavam na justificação pela fé. Não havia como ser diferente, já que tal ensino está na Bíblia. Entretanto, eles baseavam sua compreensão na tradução de Romanos 3:25 da King James Version, que transmite uma ideia equivocada. Ela se assemelha à Almeida Revista e Corrigida, a qual afirma que a justiça de Cristo teria em vista a “remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”. Por isso, J. F. Ballenger escreveu: “Para remir os pecados do passado, a fé é tudo. Quão precioso é o sangue que apaga todos os nossos pecados e transforma o passado em um registro limpo! Somente a fé nos permite apropriar-nos das promessas de Deus. Todavia, o dever presente cabe a nós cumprir. […] Obedeça à voz de Deus e viva, ou desobedeça e morra.”
Por acreditarem que a justificação pela fé lidava com pecados do passado, Smith, Butler e seus amigos ensinavam que, para manter a justificação após a conversão, era necessária a “justificação pelas obras”. Citando Tiago, Ballenger escreveu: “Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado?” “Quando obedecemos, tal ato, aliado à fé, garante nossa justificação.”
Para esses adventistas, a justificação não era somente pela fé, mas pela fé, acrescida das obras.
Era precisamente dessa teologia que Waggoner e Jones discordavam. Em um editorial de janeiro de 1888 da revista Signs chamado “Diferentes Tipos de Justificação”, Waggoner, argumentando contra Smith, notou que não era possível melhorar a justiça moral dos escribas e fariseus, porque “eles confiavam nas próprias obras e não se submetiam à justiça de Deus”. Na verdade, afirmou, a justiça deles “não era justiça de fato”. Eles simplesmente tentavam “cobrir um pano sujo e rasgado colocando por cima mais retalhos imundos”.
Como somos salvos? E como as obras se relacionam com a salvação? Essa foi a essência do embate em Mineápolis. Também foi o conflito entre Paulo e seus adversários em Romanos e Gálatas.
Pai, dá-nos entendimento sobre este assunto de importância crucial à medida que refletirmos sobre ele dia após dia.

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