15 de maio de 2015
Introdução
Quem me conhece sabe que eu não saio por aí refutando todo mundo que me ataca pela internet indiscriminadamente. Eu sou muito seletivo. Se quem me atacou é conhecido e usou argumentos, eu não perco tempo e faço logo uma elaborada refutação ponto por ponto. Se quem me atacou é conhecido mas não tem argumentos, eu não faço contra-argumentação nenhuma, pois não há nada para ser refutado e também não há a mínima chance de que o artigo em questão venha a mudar a opinião de alguém sobre algo. E se quem me atacou não tem argumentos e nem é conhecido, é aí que eu não ligo mesmo. Não dou a mínima.
Pois bem: desta vez abrirei uma exceção a um certo Itard Victor Camboim de Lima, que é disparado o autor da pior tentativa de refutação a mim desde que eu entrei na apologética (e também não é nada conhecido). Quem é Itard? Bem, é difícil dizer. Basicamente, ele é o autor de um blog chamado “apologia7biblica”(?), onde ele usa toda a sua inteligência para bater nos adventistas dia e noite, incansavelmente. Para ele, existe uma entidade maligna que é a responsável por todos os males na história da humanidade, e esta entidade chama-se Igreja Adventista do Sétimo Dia. Itard provavelmente tem algum trauma de infância com algum adventista, porque direciona 100% do seu arsenal para atacar esses “hereges” dessa “seita satânica”. Ele nunca escreveu sobre outra coisa que não fosse sobre a IASD. Talvez seja uma doença ou um trauma de infância, porque ele vê adventistas por todos os lados. E mesmo eu nunca tendo colocado o pé em uma igreja adventista em toda a minha vida, eu passei a estar no alvo da fera, porque defendo uma doutrina que o rei da ortodoxia entende que é uma “heresia adventista”.
Desnecessário seria dizer que pelo menos 95% do conteúdo do blog dele é tudo copiado de outros sites ou de livros apologéticos anti-adventistas. Ele não possui nenhum tipo de originalidade. É um copia e cola (e ainda cola errado). Mesmo eu já tendo tomado conhecimento da existência deste artigo desde os primeiros dias de sua escrita (em 20/11/2014), eu deliberadamente me recusei a escrever uma refutação a um texto tão horrível, tão mal escrito, tão mal argumentado e tão tosco como esse, e não toquei no assunto por meses. Só decidi escrever essa refutação depois de muita insistência, atendendo a pedidos de leitores, e principalmente porque o autor não parava de vomitar soberbamente estes links pelas redes sociais como se tivesse “me refutado”, estufando o peito de orgulho.
A “refutação” ao meu texto sobre os Pais da Igreja contra a imortalidade da alma
Cabe ressaltar que essa não foi a primeira tentativa de refutação dele a mim. Poucos dias após a “refutação” de meu artigo sobre Lucas 23:43, ele lançou outro, que ele chamou de refutação ao meu artigo sobre os Pais da Igreja e a imortalidade da alma (a “refutação” dele pode ser vista clicando aqui). Essa foi de fato a primeira vez na vida que eu vejo alguém tentar refutar um texto que não leu. Eu nunca havia visto algo semelhante em toda a minha vida. Itard se propôs a “refutar” o meu texto sobre os Pais. Pois bem. Em meu artigo, eu citei aproximadamente 40 textos dos Pais da Igreja do século I até meados do século II negando a imortalidade da alma. Quantos destes 40 textos foram refutados? Nenhum. Ele sequer fez uma releitura dos textos. Fingiu que eles não existiam, e ainda teve a vergonha na cara de chamar aquilo de “refutação”! Foi a primeira “refutação” da história da escrita a não refutar absolutamente nada de um texto contrário. Que lástima.
Mas isso não é o pior. O pior é que o indivíduo, que não refutou nenhum texto passado por mim em meu artigo, copiou da internet textos pró-imortalidade da alma e colou ali. Isso não seria problema, se não fosse por um detalhe: todos os textos citados por ele, à exceção de um único de Inácio (que fala do “fogo eterno”, que já foi exaustivamente explicado por mim neste artigo, que está até hoje sem refutação), são de depois de meados do século II d.C, e em meu artigo eu deixei explicitamente claro que foi depois de meados do século II d.C que os Pais passaram a crer na imortalidade da alma! Ou seja: o cidadão fez uma “refutação” que, além de não refutar absolutamente nada dos textos passados por mim, ainda confirma o que eu mesmo havia escrito no meu artigo! Eu agradeceria a ele, se não soubesse que isso não foi proposital, mas somente porque o sujeito realmente não leu uma única linha do meu artigo, e mesmo assim foi voando fazer a tal “refutação”.
Itard também tem um senso de humor muito apurado. Em seu artigo recém-mencionado, ele situa João Crisóstomo na lista de “Pais medievais”, ainda que Crisóstomo tenha nascido aproximadamente 150 anos antes do início da era medieval. Isso já mostra o quanto que o sujeito entende mesmo de história e patrística:
E para provar que ele é mesmo um bom comediante, ele cita crentes como Armínio (1560-1609), Wesley (1703-1791) e Spurgeon (1834-1892) em seu artigo que tem por título “Os Pais da Igreja e a imortalidade da alma”. E para acabar com tudo de uma vez, o camarada cita ainda Tomás de Aquino e Anselmo (dois católicos-romanos que discordavam de 99% das crenças do Itard) entre as suas “provas da imortalidade da alma”. É realmente rir pra não chorar. O nível de desespero para colocar esta doutrina pagã na cabeça das pessoas chega a ser alarmante, realmente cômico.
A honestidade intelectual do indivíduo
Mas Itard não é somente uma figura cômica. Ele tem um lado negro também. Em um recente debate que eu tive com ele em uma rede social, percebi que o sujeito desce até o nível mais sujo para “vencer um debate”. Ele não apenas faz amplo uso das técnicas de intimidação e ad hominem já denunciadas por mim em um apêndice do meu último livro (intitulado "Como debater com um sofista"), mas também tem uma técnica peculiar que eu, confesso, nunca havia visto antes (na verdade, eu nunca sequer havia pensado na ideia). A técnica é a seguinte: você debate com alguém naturalmente, e, se estiver perdendo, é simples – depois que o debate terminar, edite todas as suas falas no debate para fazer parecer para o público que você “deixou o oponente sem palavras”.
Fantástico!
Se eu não tivesse o costume de reler pelo menos uma vez os meus debates, não teria notado a malandragem do sujeito. Quando eu notei, fiz a seguinte constatação:
Segue abaixo alguns prints das edições do sujeito, que ora acrescentava argumentos e “desafios” onde antes não tinha nada, ora adicionava provocações para fazer parecer que ele estava “botando moral” no oponente, e ora inseria contra-argumentos em momentos em que ele havia ficado sem resposta:
Ou seja: o malandrão editou todo o debate, para depois chegarem os zumbis batendo palmas para os “argumentos” da criatura. E se não fosse desmascarado, iria ter obtido sucesso. Mas fica a pergunta: que tipo de cristão que precisa apelar tão baixo para “vencer” um debate? Sério, eu preferiria virar ateu e manter a honestidade, do que fingir um “Cristianismo” desonesto.
Depois de eu dizer exatamente isso para ele, adivinhem só, o malandro apelou para a técnica da vitimização(!), copiando a minha fala e dizendo:
Sim, é isso mesmo. Ele é desleal o tempo todo, joga sujo o tempo inteiro e depois que é finalmente desmascarado ainda tem a cara de pau de se fazer de “vítima” (oh, pobre coitadinho!). O cara simplesmente engoliu um manual de falácias, é impressionante! O que mais eu tenho a falar de um sujeito desses? Nada. Então passemos a comentar a “refutação” do cidadão.
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