Acaz
A ascensão de Acaz ao trono pôs Isaías e seus associados face a face com condições mais aterradoras do que as que até então tivera lugar no reino de Judá. Muitos que anteriormente haviam resistido às influências sedutoras de práticas idólatras, estavam agora sendo persuadidos a tomar parte na adoração de divindades pagãs. Príncipes em Israel estavam-se mostrando infiéis ao seu mister; falsos profetas se levantavam com mensagens que levavam ao extravio, e até alguns dos sacerdotes estavam ensinando por interesse. Não obstante os líderes em apostasia ainda conservavam as formas do culto divino, e presumiam ser contados entre o povo de Deus.
O profeta Miquéias, que durante esses tempos conturbados deu o seu testemunho, declarou que os pecadores de Sião, ao mesmo tempo que afirmavam estar "encostados ao Senhor", e em blasfêmia se vangloriando: "Não está o Senhor no meio de nós? nenhum mal nos sobrevirá", continuavam a edificar "a Sião com sangue, e a Jerusalém com injustiça." Miq. 3:11 e 10. Contra esses males o profeta Isaías levantou a voz em severa repreensão: "Ouvi a palavra do Senhor, vós príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que Me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. ... Quando vindes para comparecerdes perante Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar os Meus átrios?" Isa. 1:10-12.
A Inspiração declara: "O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna." Prov. 21:27. O Deus dos Céus é "tão puro de olhos", que não pode "ver o mal, e a vexação" não pode "contemplar". Hab. 1:13. Não é porque não esteja disposto a perdoar que Ele Se afasta do transgressor; mas porque o pecador se recusa a servir-se da abundante provisão de graça, torna-se impossível a Deus livrar do pecado. "A mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o Seu ouvido agravado, para que não possa ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça." Isa. 59:1 e 2.
"Porque Jerusalém tropeçou, e Judá caiu; porquanto a sua língua e as suas obras são contra o Senhor." Isa. 3:1-4 e 8.
"Os que te guiam", continuou o profeta, "te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas." Isa. 3:12. Durante o reinado de Acaz isto foi literalmente verdade; pois dele está escrito: "Andou nos caminhos dos reis de Israel, e, demais disto, fez imagens fundidas a Baalim. Também queimou incenso no vale do filho de Hinom, e queimou a seus filhos no fogo, conforme a todas as abominações dos gentios que o Senhor tinha desterrado de diante dos filhos de Israel." II Crôn. 28:2 e 3; II Reis 16:3.
Este foi sem dúvida um tempo de grande perigo para a nação escolhida. Poucos anos mais e as dez tribos do reino de Israel seriam espalhadas entre as nações gentílicas. E no reino de Judá também as perspectivas eram negras. As forças do bem estavam diminuindo rapidamente, e as do mal aumentando. O profeta Miquéias, em vista da situação foi constrangido a exclamar: "Pereceu o benigno da terra, e não há entre os homens um que seja reto." "O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que um espinhal." Miq. 7:2 e 4. "Se o Senhor dos Exércitos não nos deixara algum remanescente", exclamou Isaías, "já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra." Isa. 1:9.
Em todos os séculos, por amor dos que permaneceram leais, bem como em virtude do Seu infinito amor pelo transviado, Deus tem manifestado tolerância para com os rebeldes, e tem-nos admoestado a que abandonem seu mau caminho, e tornem para Ele. "Mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali" (Isa. 28:10), Ele tem ensinado aos transgressores o caminho da justiça por intermédio de homens por Ele indicados.
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